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domingo, 25 de dezembro de 2011

É Natal!!!

É caro leitor, o tão esperado dia chegou. É Natal... às vezes ficamos deslumbrados com a mesa farta e com os presentes e esquecemos de que nesse dia nasceu Jesus que é o presente mais importante. Lembre-se DELE, nem que for um simples pensamento ou uma pequenina oração, apenas não se esqueça de dizer parabéns a um aniversariante de tamanho prestígio que é o filho de Deus.


Desejo a ti e a sua família, caro leitor, muito amor, carinho, alegria, que Jesus passe na sua casa, dando a ti tudo o que necessitares e por que não, muitos presentes e uma mesa farta!


PARABÉNS Jesus por seu dia, por esse dia especial. Abençoe a todos que por aqui passarem, dando a cada um o que precisar, seja carinho, amor, um abraço de conforto, esperança, um ombro amigo, força, coragem e tudo o que for de merecimento.


OBRIGADA por sempre me proteger, me ajudar, me ouvir, me confortar, estar ao meu lado, não me deixar fraquejar, por me dar forças, coragem para seguir em frente e segurar minhas lágrimas e mostrar que sempre após a tempestade vem o sol com uma nova esperança.


Aqui me despeço, Feliz Natal, caro leitor e até a próxima postagem! o/

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Umbanda

Umbanda

Salve Irmãos! Comemoramos os 100 anos da Umbanda. O mais importante é que de alguma forma, ainda que separados, estamos unidos por um ideal de amar e acreditar na nossa religiosidade, independente da escola seguida, da teologia adotada ou da forma ritualística. Sentado observando os preparativos de uma das homenagens, prestei a atenção nas pessoas que chegavam ao evento, notei em alguns semblantes

a alegria e a felicidade de estar ali, os cuidados que tinham em colocar a guia, a ansiedade para o início dos trabalhos.

Refleti que cada qual dentro daquele espaço tinha um motivo para ter escolhido a Umbanda com religião. Talvez muitos a tivessem a escolhido para aliviar a dor, outros apenas por curiosidade, muitos pelo amor, outros pelo conhecimento, mas cada qual com sua história. Fiquei vagando em meus

pensamentos por alguns momentos e acabei desperto pelo som do alto-falante anunciando o inicio da comemoração.

Nas coincidências da vida, se é que elas existem, encontrei algumas respostas para as causas que nos levam à religião. A Regiane (minha esposa) pediu para que eu lesse um livro que ela havia acabado de ler e que era muito interessante. Segui o seu conselho e comecei a ler, o livro conta a trajetória de um executivo que busca conhecer as diversas formas de pensamentos de grandes líderes pelo mundo, dos mais diversos seguimentos. Nesta leitura, encontrei um pensamento de um líder chamado Akio Morita, ex-presidente da Sony que dizia o seguinte:

"Nós não convocamos vocês. Isso aqui não é o exército. Vocês escolheram a Sony por vontade própria .... Por isso não quero, daqui a 20 ou 30 anos, quando deixarem a empresa, que vocês se arrependam de terem passado tanto tempo aqui. Isso seria uma tragédia para mim. Assim, o mais importante a fazer

nos próximos meses é decidir se podem ou não ser felizes aqui. A felicidade só será alcançada

pela ação conjunta de todos."

Apesar de ser um pensamento empresarial, para mim, ilustra a nossa realidade. Vamos refletir um pouco...

- Primeiro ponto: A Umbanda não convoca ninguém. Nunca vi nestes meus anos como umbandista, ninguém saindo às ruas alistando pessoas para se tornarem umbandista. Vejo pessoas em busca da Umbanda, pelos mais diversos motivos e não a Umbanda buscando pessoas.

- Segundo ponto: Quantos irmãos nossos escolheram a Umbanda por vontade própria. Foram em algum momento da sua vida a um terreiro buscar ajuda, um conselho ou simplesmente curiosidade e quando lá chegaram viram a grandeza e a beleza da nossa religião e com o passar do tempo se encantaram por ela. E

ela na sua simplicidade nos mostra a grandeza do Universo, a força da natureza e ainda nos aproxima de uma grande família que até então nem imaginávamos existir, mas que de certa forma sempre esteve lá a nossa espera e hoje conhecemos como os nossos queridos Guias Espirituais.

- Terceiro ponto: Quantos irmãos conhecemos ou ouvimos falar que trabalharam por longos anos em prol da Umbanda e de uma hora para outra, largam tudo e falam aos quatro cantos que se tornarem umbandistas foi um atraso de vida. Vejo a Umbanda como um caminho para a nossa evolução e não como algo de provação ou de sofrimento, quantos destes irmãos não viram na Umbanda uma penitência? Quantos destes irmãos não viram na Umbanda uma forma de tirar proveito do próximo? Quantos destes irmãos, apenas não se desiludiram com as pessoas que se diziam representantes da Umbanda e com isso

abandonaram-na? Sem ao mesmo pensar que a Umbanda é muito além de uma ou duas pessoas. Poderia ficar horas falando sobre os motivos que levam alguns irmãos a abandonarem a religião, mas como nossa memória é curta, esquecemos facilmente dos momentos alegres que temos dentro da religião.

MandalaUmbandistaEsquecemos dos conselhos certeiros dos pretos velhos, da bronca devida dos caboclos, da conversa direta de exu. Esquecemos de tudo isso e apenas vivemos o momento, sem olhar para dentro de si mesmo e vermos no que estamos errando.

- Quarto ponto: Espero que todos aqueles que por algum motivo cruzarem o meu caminho, eu possa de alguma forma esclarecer o que é a religião dentro do meu entendimento, mas de uma coisa eu tenho certeza; farei o melhor que eu puder como umbandista, como ser humano e como um irmão que erra e acerta como todo mundo.

- Quinto ponto: Quem antes de se tornar umbandista, não ficou sentado na assistência e depois teve a oportunidade de participar dos trabalhos de desenvolvimento? Será que esta fase não serve para nos mostrar se é isso que realmente queremos para a nossa vida, não é este o momento de decidirmos se seremos felizes ou não.

Às vezes nos identificarmos com a religião e não com a casa e por medo,

desconhecimento, receio e vergonha de falar o que estamos sentindo, desistimos de tudo.

- Sexto é ultimo ponto: Mudando um pouco a nossa visão, veremos os terreiros como grandes blocos de icebergs, onde na superfície das águas vemos uma pequena parte, pois o seu grande volume esta submerso. Imagine blocos de gelo à deriva, com certeza ocorrerão grandes choques entre eles, mas com o passar do tempo eles serão

absorvidos pelo mar.

Assim são os terreiros, na superfície apenas enxergamos a forma, o ritual e a doutrina, isso é o que gera os conflitos, pois cada um vê apenas uma pequena parte, mas esquecemos que o grande volume está na força da humildade dos Pretos Velhos, na alegria dos Baianos, na pureza das Crianças e na simplicidade dos Caboclos e que no fundo todas estas forças serão empregada na ajuda ao próximo, no despertar da fé e por .m serão absorvidas no mar do amor que é a nossa

Umbanda querida.

Abraços

André Saldanha

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os Ciclos e a Evolução

aA vida é repleta de sinais claros sobre como devemos nos portar e agir para evoluir. Mas vejo pessoas questionando qual o seu verdadeiro caminho, o que devem fazer para cumprir sua missão, aquilo que foi acordado no astral. E a resposta sempre é muito simples: VIVER de forma natural e tranqüila, compreendendo quais são nossas reais conquistas, já que somos eternos.

Geralmente, quando caminhamos rumo a nossa evolução estamos tranqüilos e conscientes de que nunca estamos sós. Podemos ter muitos afazeres, mas os realizamos alegre e calmamente. Alguns ‘adultos' perderam o prazer de viver, pois acreditam que somente sofrendo estão trabalhando. Acham que a maturidade é penosa, que todas as crenças e aprendizados de sua infância e juventude eram ilusões inúteis. Estão em desentendimento com eles mesmos.

A evolução é como uma escada, cada degrau apóia o próximo. Como chegar ao Céu sem valorizar o mais simples degrau próximo a Terra. Impossível. Esta estrutura é interna ao nosso Ser. Em cada fase de nossa vida aprendemos o que é necessário para fortificar nossos degraus, solidificando assim nossa escada. O que aconteceria se a cada nova fase nós destruíssemos os degraus anteriores?

819554O que passamos (em uma só experiência) neste plano material: encarnamos, nascemos, crescemos, amadurecemos, envelhecemos e desencarnamos, este é o ciclo mais utilizado. Vamos falar sobre cada fase natural (bem resumido):

• Encarnar: nosso espírito é preparado para acoplar em um corpo físico, que nos foi gerado por um pai e uma mãe, percebemos o que nos rodeia, mas como nossa consciência foi nublada não compreendemos, apenas absorvemos;

• Nascer: após algum tempo, quando já estamos devidamente harmonizados com nosso novo corpo, nascemos. Muitas sensações, contato com o mundo denso e nossa semi-consciência vai adaptando nossos sentidos, buscando interpretar o que nos cerca. Somos instintivos;

• Crescer: num primeiro momento somente conseguimos assimilar aquilo que é concreto, que é real aos cinco sentidos básicos (tato, olfato, paladar, audição e visão), ainda estamos aprendendo a lidar com nosso corpo. Temos uma percepção de quais sensações nos agradam e quais não. Esta dualidade vai aprimorando nossos sentimentos. Somos intuitivos. Em seguida passamos a perceber as emoções; descobrimos que entre os extremos existem nuances (ex.: entre o branco e o preto, existem muitos tons de cinza; entre o grande e o pequeno...; entre o doce e o amargo..., etc.). Nos tornamos sensitivos, e começamos a perceber o sentimento daqueles que nos cercam, conseguimos interagir socialmente de forma mais clara, e com muita ingenuidade. Até aqui somos guiados pelos, teoricamente, mais experientes;

• Amadurecer: trilhamos nossos caminhos, tentando harmonizar os nossos sentidos com os daqueles que nos cercam. Não somos mais totalmente guiados, e ter que descobrir o próprio caminho gera grandes incertezas: “qual a melhor decisão?”, “será que estou correto?”. Quando alguém não compreende nossas dúvidas, ficamos irritados, e até revoltados. Mas a vida continua e vamos aprendendo a lidar com as decisões. Nos fortificamos. Chegamos a um ponto em que acreditamos poder decidir pelos outros, mas isto faz parte de nossa evolução, ainda não sabemos tudo o que precisamos. A vida bem ‘vivida' nos proporcionará. Este é o momento de ter a experiência de ser pai ou mãe e aprender a “amar ao próximo como a si mesmo”, respeitando o livre arbítrio do outro, função primordial da criação. E vem a flexibilidade;

• Envelhecer: a memória revisita nossos caminhos, nossas decisões e passamos a compreender melhor nossas trajetórias. Nossas consciências ganham um grande impulso. Isto ocorre quando continuamos percebendo nosso instinto, intuição, sentimento e força, com flexibilidade e respeito por tudo e todos que nos cercam. Atingindo a sabedoria, que ‘somente' é: conhecer de forma equilibrada e ordenada, com amor e respeito, o que fazer para gerar no outro aquilo que já foi gerado em si mesmo;

• Desencarnar: ao vivenciar tudo o que é necessário para o nosso aprimoramento (alguns sequer precisam passar por todo o ciclo), desencarnamos e voltamos ao plano espiritual, levando conosco nossas verdadeiras conquistas, nossa escada com mais alguns sólidos degraus.

Reencarnar é uma forma de nossa consciência revisitar nossas fases. Assim temos a oportunidade de, em poucos anos, passar por experiências que poderiam levar séculos ou milênios no astral. A vida do encarnado ‘imita' as fases da vida espiritual (nascer, crescer, amadurecer, etc.). Pois um dia fomos gerados por nossos Pais e Mães Orixás Ancestrais, e evoluímos passando pelos planos: fatoral, essencial, elemental, dual, encantado, até chegar aqui no plano natural e no futuro atingir o celestial.

desencarnaçãoO quando chegaremos lá não é importante e vai depender de nossas realizações. O senso comum costuma dizer que a idade faz a transição de fase. Isto é um erro grave. Não é a quantidade de tempo que passamos em cada fase que nos diz quando podemos ir para a próxima, mas a qualidade daquilo que realizamos e aprendemos.

Durante a vida podemos nos traumatizar, nos amarrar em determinada fase, impedindo o progresso natural para a próxima. O que demonstra uma falha na construção de um degrau. Assim nas giras de Umbanda apresentam-se entidades que trazem de forma potencializada, a consciência e a energia de cada fase de nossa evolução. E se nos permitirmos interagir com estas entidades, os laços que nos impedem de viver plenamente serão desatados. De acordo com nossos merecimentos e nossas necessidades. Sem milagres.

Por exemplo: as crianças que se apresentam na Umbanda, são espíritos Encantados (5º Plano da Vida), ou que no máximo, encarnaram duas vezes, mas nunca atingiram o amadurecimento. Estes espíritos irradiam uma energia muito pura, trazem a verdadeira ingenuidade, desagregam os negativismos daqueles que ‘brincam' com eles. Liberando centros energéticos nos corpos físicos e espirituais, permitindo a evolução sustentada.

Tudo tem um real motivo. Ao seguir nossa Paz interior, observando o que nos rodeia, compreendemos que nada é acaso. Valorizamos todos os detalhes. Priorizamos a forma com que trilhamos o caminho, como construímos nossa escada. Com prazer elevamos nossas conquistas e auxiliamos outros a subirem, nos tornando verdadeiros instrumentos de Deus.

Autor: Alexandre N. Gimenez

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sábado, 12 de novembro de 2011

PANTERA NEGRA, EXU OU CABOCLO?

1433panteraNo rico universo místico da Umbanda, existem entidades pouco conhecidas e estudadas. Com o tempo, é natural que algumas delas sejam esquecidas por nós. Uma delas é Pantera Negra, celebrado por uns como caboclo e por outros como exu.

Seu Pantera era mais conhecido pelos umbandistas de antigamente, quando muito terreiro era de chão batido, caboclo falava em dialeto, bradava alto e cuspia no chão.

Nas sessões ele comparecia sempre sério, voz de trovão, abraçando bem apertado o consulente que atendia. Não gostava muito de falatório, queria mesmo é trabalhar.

O tempo foi passando e raramente o encontramos nos centros, tendas e outros agrupamentos de nossa Umbanda. Aonde terá Seu Pantera ido ?

O falecido Pai Lúcio de Ogum (Lúcio Paneque, de querida memória), versado nos mistérios da esotérica Kimbanda, que se diferencia da popular Quimbanda e está distante da vulgar Magia Negra, dizia que Pantera Negra era chefe de uma Linha de Caboclos que atuam na Esquerda.

Estes caboclos, explicava Pai Lúcio, eram espíritos oriundos de tribos brasileiras muito isoladas e desconhecidas, ou de tribos das ilhas do Caribe, Venezuela, México e mesmo dos Estados Unidos.

Índios fortíssimos, arredios e alguns até brutos, as vezes gostam de marcar seus "cavalos", ordenando que coloquem na orelha uma pequena argola e no braço uma espécie de pulseira de ferro.

Ainda costumam receber suas oferendas em encruzilhadas na mata, na vizinhança de uma grande árvore. Podem ser assentados em potes de barro com ervas especiais, terra de aldeia indígena e outros elementos secretos, que são consagradas por sacerdotes iniciadas nos mistérios destes espíritos. Pai Lúcio ainda dizia, que a maioria dos médiuns destes caboclos são homens.

Os mais conhecidos, além de Pantera Negra, são : Caboclo Pantera Vermelha, Caboclo Jibóia, Caboclo Mata de Fogo, Caboclo Águia Valente, Caboclo Corcel Negro e Caboclo do Monte.

Alguns irmãos umbandistas conhecem estes trabalhadores astrais, com o nome de Caboclos Quimbandeiros.

CABOCLO DE OGUM 5Pantera Negra aparece como caboclo e exu, mesmo fora da Umbanda. Na região Sul do Brasil, principalmente, o encontramos dentro de um grupo muito especial, chamado de Caboclos Africanos. Ali ele se manifesta com o nome de Pantera Negro Africano, ao lado de Arranca-Caveira Africano, Arranca-Estrela Africano e Pai Simão Africano, entre outros. A maneira de atuar destes entes é muito parecida com a dos Caboclos Quimbandeiros, sendo confundidos com frequência.

Alguns adeptos e médiuns que trabalham com estas entidades, acreditam que é o mesmo Pantera. Porém Seu Pantera Negra vai além. Seu culto é encontrado nos Estados Unidos e no Caribe, como tive a oportunidade de conhecer, dentro do Xamanismo Nativo, Santeria Cubana (ou Regla de Ocha) e Palo Monte.

Lembro de David Lopez, um santero de Porto Rico. Quando ele fez dezesseis anos, sua tia, Dona Carita, o levou a uma festa de Orixá e ali ele desmaiou. Aconselhado por um babalawo, David resolveu fazer o santo. Antes da iniciação a seu Orixá, como de costume no Caribe, foi celebrado um ritual em honra aos ancestrais (eguns). Na celebração, incorporou em nosso amigo um espírito de índio bravíssimo... Batia muito no seu magro peito e vociferava como se estivesse em uma guerra. Quando foi pedido o seu nome, disse o indígena : sou Pantera Negra !

Vi o mesmo tipo de transe aqui no Brasil, em raros médiuns de Seu Pantera, como o querido irmão Mário (Malê) de Ogum, sacerdote umbandista.

No Haiti ele é conhecido como Papa Agassou (Pai Agassou) e aparece como uma negra pantera e não mais como índio.

A tradição considera que ele veio da África, da região do antigo Dahomé, onde era celebrado como totem e protetor da Casa Real. O primeiro nobre desta linhagem, contam os mais velhos, foi um homem-fera, pois tinha pai pantera e mãe humana. gassou é muito temido, pois é profundamente justo e não perdoa os fracos de caráter. Poucos médiuns conseguem suportar a incorporação dele ou de outros espíritos da família das panteras. É necessário muita preparação, firmeza de pensamento e moralidade. Do contrário, e isto realmente acontece, o médium começa a sangrar muito durante a incorporação.

É terrível. Em outras ilhas do Caribe, também encontramos seguidores de Pantera Negra. Alguns o invocam como espírito indígena e outros como uma força africana, meio homem, meio felino.

No Brasil, ouvi as mesmas recomendações de pessoas que cultuam ou trabalham com Pantera Negra. Pai Lúcio me disse, que os aparelhos de Seu Pantera não costumavam beber, falar demais ou serem covardes. Eram disciplinados, verdadeiros guerreiros modernos. Em certos rituais de Pajelança Cabocla, podemos ouvir o bater incessante do maracá e o chamado do pajé, que canta :

YAWARA Ê !

YAWARA Ê !

HEY YAWARA,

YAWARA PIXUNA,

PIXUNA Ê, YAWARA,

YAWARA, YAWARA !

Yawara Pixuna, quer dizer Pantera Negra. Alguns traduzem como Onça Negra. O canto acima, pode ser utilizado para afastar espíritos maléficos, que fogem ao ouvir este nome mágico. Caboclo ou Exu, Pantera ou Onça, brasileiro ou estrangeiro, ele é mais um mistério que Zambi animou. O tempo passa, mas Pantera Negra ainda persiste. SALVE PANTERA NEGRA!

Autor: Ras Agdeabo

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Almas

OgAAAKJG_2QZ65m7D9ch2eKJhrGd8jwTo52LWmnYnL-pO1T46ld7wquPMFMzpSEO-3d8stUknTclD8R8gVZRdxEX-74Am1T1UIKG2-K-UoB318EqDDBUKiYZJitZ

Em homenagem a gira de pretos-velhos dessa semana, segue um texto muito bom de Alexandre Cumino!

"PRETO-VELHO" NA CULTURA BRASILEIRA E NA UMBANDA

Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas como Pai João e Vó Maria, por exemplo.

Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho despersonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "preto-velho". Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.

Preto é Cor e Negro é Raça, logo o termo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.

PRETO-VELHO23pO "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.

No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam "com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo.

Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.

Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".

Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo. Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos escravos eu os saúdo:

"Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!"

Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca, tomam café e fumam cachimbo.

Autor: Alexandre Cumino

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Hoje é dia de Nossa Senhora…

oxum1….Hoje é dia de Oxum!! Salve a Rainha das Cachoeiras e dos rios.
Parabéns pelo seu dia, Orixá muito querida por seus filhos!!
Peço que cada filho de santo que por este blog passar, a dona Oxum, com suas águas, lave a alma e o coração,  retirando os sentimentos ruins e deixando apenas o amor e o carinho!
Que Ela purifique cada um de vocês, lhes cobrindo com seu manto de amor, carinho e compreensão. Que Ela caminhe lado a lado com vocês, lhes abençoando com momentos de alegria e lhes amparando nos momentos difíceis da vida.
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sábado, 8 de outubro de 2011

A Tristeza dos Orixás

orixas

Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que trás em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas... Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha escondido-se nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.

Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das "guerras", saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram-se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.

Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe "coruja" quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:

- Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? - ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.

- Desculpe, sabe, ando meio ocupado - respondeu um triste Ogum.

- Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.

- É, vim até aqui para "desabafar" com você "mãeinha". Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a " espada da Lei" que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das "supostas" demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles...Estou cansado...

Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda. Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.

Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.

Caracteristicas-de-Ogum

Não! Infelizmente ele era entendido como o "Orixá da Guerra", um homem impiedoso que utiliza-se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram "quebras e cortes" de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna-se uma guerra de vaidade, um show "pirotécnico" de forças ocultas. Muita "espada", muito "tridente", muitas "armas", pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.

Isso magoava Ogum. Como magoava:

- Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando-na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição...

Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado...

Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava-se por sua alfange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.

Ele também deixou sua alfange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via-se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia-se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam-se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso...

Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.

Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.

Um a um, todos foram despindo-se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.

Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada.

Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentavam-se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!

E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram-se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Enúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando-o a figura do Diabo:

- Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! - Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.

Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:

Espere! - pensou Iemanjá! - Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.

E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou-se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu-se de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:

Oracao-a-Oxala- Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de "apenas" prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras "bases de luz" na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam-nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir...

Quando Oxalá calou-se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam-se nesse ideal. E aquilo alegrou-os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade.

Em Aruanda, os caboclos, pretos-velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram-se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.

Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem-aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam-se. O alto os abençoava...

Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.

Miríades de espíritos foram retirados do baixo-astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.

Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou-se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.

Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como "armas" para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso.

E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.

Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.

Lembrem-se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem-los. Sejam luz, assim como Eles!

Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)

 

Autor: Fernando Sepe 

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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Vencedor

xango1Bom depois de ver inúmeros tweets com Saudações a Xangô e inúmeros posts no facebook com a mesma mensagem… e lógico que o Blog de Umbanda não poderia deixar de saudar esse Orixá.
Caô Cabecile.. Parabéns Orixá das Pedreiras, da Justiça, do Trovão por seu dia!
Peço a Xangô, que a Justiça sempre reine entre os filhos de fé, que a injustiça não ouse chegar próximo dos caminhos deles, e para aqueles que já foram injustiçados que encontrem conforto nos teus braços, no teu carinho e que possam receber em dobro o que perderam pelas injustiças recebidas.



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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Erês

cosme-e-damiaoHoje, minha postagem é uma singela homenagem aos Erês, a Cosme e Damião, a Ibejada, as Crianças.

Mês de setembro é o mês de festa, de comer caruru e muito doce, brincar, correr pelo terreiro espalhando alegria, carinho e amor. Os Erês com seu jeito meigo, inocente, sincero e verdadeiro, escondem um imenso poder. Há quem duvide deles, mas é na simplicidade dos atos, que muitas vezes eles desmancham grandes demandas.

Parabéns aos Erês pelo seu dia!
Agradeço por sempre encherem minha vida de alegria, de sorrisos e me dando razões para continuar firme e forte na minha caminhada.

E só peço uma coisa a eles, que deem a cada um dos filhos de fé,  muita alegria no coração, que aliviem a angústia e o sofrimento, que substituam o ódio e a raiva por amor, carinho e compreensão.

E para finalizar, deixo a música maravilhosa da Rita Ribeiro. Apreciem…

Até a próxima! o/

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A consciência da sua missão

carpe_diem1Frequentemente, eu me pergunto: “O que cada um de nós está fazendo neste planeta?” Se a vida for somente tentar aproveitar o máximo possível as horas e os minutos, esse filme é bobo. Tenho certeza de que existe um sentido melhor em tudo o que vivemos.

Para mim, nossa vinda ao planeta Terra tem, basicamente, dois motivos: evoluir espiritualmente e aprender a amar melhor. Todos os nossos bens, na verdade, não são nossos. Somos apenas as nossas almas. E devemos aproveitar todas as oportunidades que a vida nos dá para nos aprimorarmos como pessoas.

Portanto, lembre-se sempre que os seus fracassos são sempre os melhores professores e que é nos momentos difíceis que as pessoas precisam encontrar uma razão maior para continuar em frente. As nossas ações, especialmente quando temos de nos superar, fazem de nós pessoas melhores.

A nossa capacidade de resistir às tentações, aos desânimos, para continuar o caminho, é que nos torna pessoas especiais.

Ninguém veio a essa vida com a missão de juntar dinheiro e comer do bom e do melhor. Ganhar dinheiro e alimentar-se bem fazem parte da vida, mas, não podem ser a razão de viver.

Tenho certeza de que pessoas como Martin Luther King, Mahatma Ghandi, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Betinho e tantas outras anônimas, que lutaram e lutam para melhorar a vida dos mais fracos e dos mais pobres, não estavam motivadas pela idéia de ganhar dinheiro.

O que move, então, essas pessoas generosas a trabalhar diariamente, sem jamais desistir?

A resposta é uma só:
A consciência de sua missão na vida.

Quando você tem a consciência de que, através do seu trabalho, está realizando sua missão, você desenvolve uma força extra, capaz de levá-lo ao cume da montanha mais alta do planeta.

Infelizmente muita gente se perde……

 

Autor: Roberto Shinyashiki
Créditos: JUS – Jornal
de Umbanda Sagrada

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um grito de Liberdade

Preto_Velho1

A pedidos, posto logo abaixo o Ponto de Preto Velho – Um grito de Liberdade.

A letra é linda e vale a pena ouvir!!

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Arco-Íris

Pote de Ouro

arco-iris

Hoje, ao acordar, fui até a janela e me deparei com algo lindo. Sabem aquela história do Arco-Íris e do pote de outro no final dele?

Então, lindo e magicamente, lá estava ele na minha janela. O início do Arco-Íris bem na minha janela, cores lindas e bem definidas pulsantes no tempo e exatamente na minha frente! Meu coração ficou extasiado e eu maravilhado com a visão e como que por mágica ele desvaneceu logo em seguida e assim começou meu dia. Não tentei interpretar ou explicar, apenas agradeci o que vi e senti porque pra mim foi um presente lindo.

Ao comentar com minha irmã, ela me disse: “A interpretação que tive disso foi que tudo começa e vem da gente.” Foi aí que parei pra pensar na história do pote de ouro no “pé” do Arco-Íris e refletir sobre aquele momento.

Realmente, tudo começa e vem da gente, experiências boas ou tuins. Tudo realmente vem da gente e naquele momento eu encontrei meu pote de ouro, meu e demais ninguém! Que vibra, brilha, enriquece e me ensina, mesmo que com dores, às vezes: meu coração.

Cada um tem seu pote de ouro e ele está sim no pé do Arco-Íris. Hoje acredito nisso mais do que nunca, e esse Arco-Íris não está além da montanha como sempre vimos e falamos quando crianças, mas sim dentro de cada um de nós e é lá que precisamos encontrar seu “pé” e, lá, certamente, encontraremos o tão desejado pote de ouro. Naquele momento mágico, onde menos esperamos e nos deparamos com a verdade essencial que sempre possuímos, mas que pelas dificuldades interiores de cada um, muitas vezes deixamos de ver e sentir. Toda Verdade que buscamos, muitas vezes fora de nós, acredito estar dentro de nosso íntimo.

DEUS2Até mesmo Deus, que muitos procuram em templos, igrejas e terreiros, onde Ele está mesmo? Em nós! Dentro de cada um de nós, pois somos Vossas centelhas Divinas, possuidores da essência d’Ele e a partir d’Ele, existimos. Quando não encontramos Deus dentro de nosso íntimo primeiro, não encontramos a Fé verdadeira que deve existir em nosso coração sem uma explicação exata ou coerente, pois o ato de ter Fé é nada mais nada menos que acreditar naquilo que muitas vezes não se pode explicar nas condições humanas que nos encontramos e consequentemente, não encontramos Deus em nenhum outro lugar.

Nossas melhorias, nossa evolução e nosso aprendizado perante as vicissitudes da vida também só dependem de nós mesmos e por isso desejo que cada um de meus irmãos de Fé busque seu Arco-Íris e encontrem seu Pote de Ouro dentro de si. Espero de coração que um dia acordem e vejam, assim como eu, suas cores vivas e vibrantes em suas janelas e entendam que tudo parte de cada um de nós.

Que Pai Oxalá nos abençoe cada dia mais e nós fortaleça Fé verdadeira em nosso íntimo e Pai Oxumarê nos dê o conhecimento para conseguirmos renovar o que precisamos em nossas vidas para sermos cada dia melhor!

por Nondas Okiama – contatos: okinondas@gmail.com
Créditos: JUS – Jornal de Umbanda Sagrada

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domingo, 3 de julho de 2011

Pitangueira

Herbs and Spices

Faz tempo que não posto nada sobre ervas e o JUS tem uns artigos bem interessantes sobre elas. É um desses artigos que vou compartilhar aqui!

980herbsEspaço do Erveiro

Salve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas em Jurema. Saravá! O espírito das ervas é verdadeira Imanência Divina.

De acordo com o dicionário Aurélio, é definida imanência como a qualidade que existe em algo e não é separado dele, independente de ação exterior; que está contido e que um ser participa, ou que tende, ainda que por intervenção de outros seres.

As ervas carregam um poder único, indivisível, mesmo que esteja adormecido. Esse poder ou poderes contidos na erva, quando ativados corretamente, proporcionam ao ativador ou ao objetivo a ser beneficiado, a realização desse poder em integridade ou em partes. Dependendo da ação e principalmente do merecimento mútuo.

Muitas são as formas de ativar uma erva ou um preparo com elas. Cada contexto religioso procurou da sua forma proteger o conhecimento para que não caísse em mãos erradas, para que permanecesse em “família” e para que fosse ferramenta de poder.

Sabemos que o conhecimento é poder, e esse poder realizador pode ser positivo, para o bem e para o progresso do ser humano, ou negativo, involutivo mesmo.

A inexatidão causada por essa necessidade de proteção do conhecimento sobre as ervas, causou e causa muita confusão. A associação das ervas aos sagrados Orixás é um exemplo disso. Muitos escritos sobre ervas apontam uma ação do elemento vegetal atribuída a um Orixá, mas depende da interpretação, velada ou não, dessa divindade.

surinam cherry

Um exemplo é a pitangueira (Eugenia uniflora L.), suas fiolhas e frutos. Em diferentes contextos e regiões, a pitanga é atribuída a um Orixá ou Divindade diferente.

ossaimNa cultutra jêje nagô, de acordo com o Professor Doutor Pessoa de Barros, é associada a Oxum e Ossaim,
pois suas folhas perfumadas são usadas para forrar os barracões em dia de festa dessa Mãe Orixá, pois atraem a prosperidade assim como seu banho e sacudimento (bate folhas).

Os batuqueiros no sul do país associam-na à purificação na vibração de Mãe Iansã.

Há um inconsciente popular que associa a pitanga à Pai Ogum. Talvez por aparecer em vários preparos de descarrego ou purificadores de acordo com Verger.

E quem está certo: Como podemos definir a “verdadeira” vibração da erva e sua associação com o Orixá correto?

No nosso ponto de vista em Magia Natural; e eu prefiro usar esse termo pois a magia natural não tem dono senão nosso Divino Criador e seus mecanismos reguladores; a definição vibratória está na natureza e seu poder transformador latente está disponível a quem se digna a usá-lo com amor, bom senso, e critérios de respeito às coisas divinas.

A erva carrega um poder realizador que é associado a um ou mais verbos, uma coloração energética que é perceptível pela mediunidade, entre outros fatores provenientes dessa Imanência Divina que citamos, e que é capaz de desencadear a partir de uma ativação religiosa, onde a presença do guia espiritual é vital, ou magística, onde a iniciação aos mistérios Divinos é imprescindível, seu fantástico poder de realização.

Quando interpretamos uma erva pelo seu simples formato, aroma, toxidade, coloração física, ligamos apenas os sentidos materiais de percepção visual, olfativa, tátil e de paladar. Para perceber como essa erva funciona no seu estado imaterial, energético mesmo, precisamos de apurada sensibilidade e de parâmetros que nos guiem para uma melhor interpretação.

Nunca canso de dizer que se temos hoje uma forma de interpretar as vibrações, sentidos e elementos ligados as 7 linhas da Umbanda, é graças ao corajoso trabalho do nosso amigo e mestre Rubens Saraceni no campo campo da Magia Divina e da Teologia de Umbanda. Antes desse trabalho, fundamentado por mais de 50 livros publicados, não havia sido tratado com tanta coerência as coisas simples do terreiro, que sabíamos na prática, mas desconhecíamos em essência.

A associação de verbos como o poder realizador, fatores de toda a criação, só foi possível com o trabalho do Mestre Rubens, que trouxe simplificação, entendimento e conhecimento para o simples. Lembro também do apoio que o Rubens nos deuquando criamos os primeiros cursos de uso reitualístico de ervas, e todo o trabalho reafirmado através da abertura da magia das sete ervas sagradas, cujo campo é maravilhoso, simples e divino, e sou muito grato a ele e aos mestres da luz por terem permitido tudo isso.

Voltando à pitanga, para nosso entendimento de ligação com o Orixá, buscamos a forma que a erva trabalha no campo astral humano, e no campo astral de uma casa por exemplo.

Porque ela é vista como uma erva de limpeza e prosperidade?
Vamos analisar.

A pitanga “movimenta” tudo o que toca com sua vibração. Tira do lugar comum, ajuda a tomada de decisões, pois movimenta o pensamento. É direcionadora por excelência, colocando cada coisa no seu lugar. Ajuda, desde que ativada com esse propósito, a encontrar o melhor caminho, a melhor saída e solução para um problema.

iansa

Num pirmeiro momento, poderíamos dizer ser a pitanda uma erva de Ogum, mas analisando mais detalhadamente seu campo de ação, indiscutivelmente chegamos a vibração de Mãe Iansã.

Isso não quer dizer que seja a única vibração presente, pois o fator ogum (3)expansão, de dentro para fora. Nesse caso encontramos Oxóssi. E infalivelmente há também a vibração de Ogum, pois ela carrega de forma sutil, fatores cortadores para que esse direcionamento seja íntegro, ouseja, poderíamos concluir numa frase que: A Pitanga movimenta cada coisa para seu devido lugar!

Mente, corpo, espírito. As ervas lidam com nosso bem estar global. Aqui demos um exemplo de definição de ervas x Orixás para apenas uma erva. Vamos associá-las a outras.

Pitanga + Aroeira + Arruda = limpeza, ordenação, razão.
Pitanga + abre caminho + rosas vermelhas = motivação, interesse, indicada para depressão e preguiça.
Pitanga + rosas vermelhas + Artemísia = auto estima.
Pitanga + jasmim + alfazema + anis estrelado + água de côco = aceleração do desenvolvimento mediúnico
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Autor: Adriano Camargo
adriano@ervasdajurema.com.br
www.erveiro.com.br
Créditos: JUS – Jornal de Umbanda Sagrada

 

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sábado, 2 de julho de 2011

Quiumba ou “Guia 2”?

6180demonioEu estava lendo o JUS (Jornal de Umbanda Sagrada) deste mês e me deparei com um texto bem interessante que vou dividir com vocês.

Os ‘Guias’ estão ameaçando me destruir

Recentemente eu ouvi este comentário: “A minha cunhada recebeu a pombagira lá em casa e ela me ameaçou, dizia que iria destruir a minha vida!”. A pessoa me fez este comentário assustada e em seguida me fez a seguinte pergunta: “O guia tem poder para isso? Ela pode agir assim? O que eu faço agora?”.

Estes comentários são comuns diante deste cenário, acho que até eu os faria se não conhecesse a estrutura da Umbanda, porém, não é comum uma entidade de Umbanda falar que vai “destruir a vida de alguém” e, ainda mais, com tanta convicção.

AlmaSe realmente são entidades de Luz, então estão para nos ajudar, auxiliar, orientar e direcionar. Umbanda é uma Religião e só pode fazer o bem, logo esta frase que possui um teor devastador não pode sair de uma entidade de Luz e muito menos de uma entidade que possa trabalhar na Umbanda, mas existem avaliações que devem ser levadas em consideração para tal fato ter ocorrido.

Os Guias existem para nos proteger e nnos ajudar a evoluir, mas ameaças são semrpe ameaças e devemos entender o fundamento dessas neste caso.

Estamos em constante processo de evolução. Será que o Guia não queria dar um susto para uma correção de problemas presentes onde poderão agravar-se no futuro e talvez até mesmo se tornarem irreversíveis?

Às vezes cometemos erros, ou andamos por caminhos incorretos, onde a única forma de acordar é dando um susto, o que não é uma forma muito comum de chamar a atenção de alguém  Será então o caso da pessoa ser o famoso “Lobo em pelo de Cordeiro”? Aquele que parece ser a melhor pessoa do mundo, mas no fundo é alguém manipulador, encrenqueiro, falso, mentiroso, etc. e, devido a isso, o suposto Guia vem e te dá um '”susto”?

Existem os “supostos Guias espirituais”, que eu costumo chamá-los de Quiumbas, onde se passam por Guias e na verdade não são. Eles apenas estão com vontade de azucrinar, de atrapalhar e de confundir você bem como todos ao seu redor. Neste caso, precisamos conhecer muito bem nossos Guias para que não tenhamos influências negativas destas obscuras entidades, mas existe também, em minha opinião, o pior dos casos, costumo chamá-los de “Guia 2” e para falar a verdade é o mais preocupante de todos. Porque muitas vezes as pessoas possuem as intenções, vontades, só não têm o essencial “a coragem” para expor suas vontades naturalmente ou dizer o que pensa, então acabam utilizando a “imagem” de um suposto Guia, o famoso “Guia 2 “, como máscara para relatá-las. Nestes casos, existem aqueles que bebem em demasia, que se rebelam, que se dizem ser os matadores, aquelas que se esfregam, etc.. Então, a pessoa supostamente com o “Guia” faz um monte de pedidos e fala muita atrocidade, sendo que, para aqueles que não conhecem, sentem-se indefesos e até mesmo com medo, porque não conhecem a estrutura da Umbanfa e acabam acatando tudo que o suposto “Guia’ está pedindo, gerando uma visão muito errada da Religião, mas conseguindo satisfazer suas vontades.

1mi

Mas como a Umbanda vê isso? Com relação à estrutura da Umbanda: “Umbanda é uma Religião e por isso só pode fazer o bem!”, com base nisso fica um pouco complicado crer que uma Entidade que trabalha para o BEM dentro das Leis de Deus, possa fazer mal contra alguém, mesmo que esta pessoa venha merecer. Mas, a Justiça Divina é quem deverá se encarregar desta tarefa e não nossos Guias ou seres encarnados.

No caso citado, o que devemos observar também é que a cunhada pode ter algo contra a pessoa e não tem coragem de dizer e, desta forma, começa a utilizar desta “ferramenta” como uma fuga para exteriorizar o que sente ou o que deseja. Precisamos tomar muito cuidado com este tipo de “entidade” que deseja a destruição do próximo. Será que uma entidade de altíssima graduação e luz faria isso mesmo? Desejaria a destruição? Isso tudo está contra os preceitos de nossa Religião, Umbanda.

Mas, o que eu devo fazer no caso de ser um “Quiumba” ou até mesmo um “Guia 2”? Vire as costas e saia, deixe-o(a) sozinho(a), porque se realmente for um “Quiumba” ou “Guia 2”, com quem ele poderá discutir se deixá-lo(a), sozinho(a)? Se não tem com quem brigar, então não tem briga, É simples, ninguém gosta de discutir sozinho, até porque a discussão é algo que acontece no mínimo entre duas pessoas e neste caso se você deixa de lado, logo perde o sentido da “entidade” estar presente e tentar te ameaçar.

Agora, se você resolver ficar para ouvir, ou por medo, ou para debater ou por curiosidade, você irá escutar o que não quer ouvir ou o que não precisa ser oudivo.

Mas, se no caso a suposta entidade continuar com isso, conduza a pessoa até um centro contando o caso para o(a) Dirigente, pois a pessoa necessita de Doutrina, necessita de ensinamentos e muita orientação. Lembrando que não são as entidades que necessitam d eDoutrina e sim nós que precisamos muito desses princípios.

Danilo L Guedes – 28/04/2011 –
srcatacumba@gmail.com Revisado
por: Raquel Carpani de Oliveira
Créditos: JUS – Jornal de Umbanda Sagrada

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Eu quero ser o padrinho

exuzepilintraCerta vez li em uma revista de Umbanda, cuja não lembro o nome agora, um relato curioso sobre Zé Pelintra.

Vamos a ele.

Contava que uma mulher, Maria, ia em um terreiro, cujas giras eram de 15 em 15 dias, às sextas-feiras. Em uma dessas sextas-feiras Maria saiu tarde do serviço e sabendo que não daria tempo para ir ao terreiro, chateada foi para casa. Enquanto caminhava, começou a pensar em um sonho que estava tendo há dias: Seu Zé Pelintra aparecia pra ela e dizia que queria ser o padrinho e ela não entendia, padrinho do que? Maria estava completamente absorta nos seus pensamentos e não percebeu que ela estava próxima de dois garotos sentados na entrada da ruela em que ela morava. Os dois garotos se levantaram e anunciaram o estupro. Maria não tinha nada a fazer, ela estava sozinha e os dois garotos eram mais fortes.

fant-renoirsantos2Ela, sem muitas opções, fechou os olhos para não ver tal atrocidade, qual não foi sua surpresa que ela ouviu algo como dois golpes de capoeira. Os dois garotos caíram mortos ao lado de Maria que, em choque, desmaiou. No dia seguinte acordou no hospital, onde ela descobriu estar grávida e onde contaram-lhe sobre o paradeiro dos dois garotos. Quinze dias depois, Maria foi no terreiro e lá estava seu Zé Pelintra em terra, e quando este avistou Maria, logo lhe disse:

- Em afilhado meu, nego nenhum põe a mão.

Essa história, lenda, relato, verídica ou não, é uma história que me emociona muito, pois tenho nutrido dentro de meu coração um carinho muito grande por seu Zé Pelintra.

O que podemos extrair deste texto é que os guias de fato, olham pela gente, mesmo que não sejamos o cavalo, o instrumento de trabalho, deles, nos mostram que com fé qualquer inimigo pode ser derrubado, qualquer mal pode ser afastado do caminho. Em outras palavras, nunca perca sua fé.

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sábado, 25 de junho de 2011

O Idiota

moedas (1)

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 Réis e outra menor de 2.000 Réis. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

- Eu sei. – respondeu o tolo. – Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não tem uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação, porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam… é problema deles!

Créditos: JUS- Jornal de Umbanda Sagrada

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

O arrogante

1arroganteVocê é o “Cara”? E eu sou o Exu!

Lá na Bahia, dizem que o cabra quando canta bem, dança bem, fala melhor ainda, requer ser o primeiro da fila nas coisas boas, julga ter os melhores protetores espirituais, fala com todos os Orixás e de Olorum é o escolhido. Da coisas de rezas, todas conhece, firmezas e assentamentos. Os ebós, participou dos mais eficientes. Da Jurema foi mestre e no catimbó, assessorou o Santo. O Candomblé, o traduziu dos africanos e sabe mostrar nos búzios o que vai acontecer.

Nas pradarias e campos abertos, enlaçou o bezerro para os boiadeiros. Cantou no mar para as Sereias. Firmou a balança de Xangô e nas mesmas pedreiras e cachoeiras, projetou o amor que é de Oxum. É um exímio curador e de tanto saber, quer ensinar. Denomina-se o professora dos professores, quando não, o douto se interpõe na cátedra da vida, acima das conquistas, evitando em falsetes os que o questionam e sempre quer aprimorá-los pois considera-se o melhor.

Diz que quando quer, vai às Trevas e ampara-o os de lá o atendendo no que pedir. Noutras, repara os maus dos homens quando o recebe segundo promete, o Senhor do Bonfim. Diz ter amplo trânsito e resolve todos os problemas.

Então dizem que este cabra é o “Cara”! E ele todo cheio de si, fica perguntando: “Quem é o Cara?”
Dizem logo os interessados: “É tu!”
E ele logo sentencia bons agouros para seus fiéis interesseiros.

Mas como ele não vê o ar porque não dá para dominá-lo e assim, ninguém pergunta, mas o ar o vê e registra tudo; então Ogum vai à Lei deixando ele limpar tudo, levando os interesseiros, magos negros, mercadores da falsa fé, egoístas e preguiçosos para com a Luz do Senhor do Bonfim e de Olorum pois sempre tem um Marinheiro às suas esquerdas, remando forte, cercando com suas redes os “peixes” que se emocionaram nas mesmas sintonias.

O sabe-tudo, que é o Cara, vai alimentando-se de ilusões. Parece que não conhece o sofrimento que lhe avisa dos erros e assim vai enganando a todos que nele crêem, sempre com os objetivos que são a coleção do que lhe convêm, sobretudo mais dinheiro, posses e poder. Mulheres também, porém, como ele diz, só as que o reconhecem como Rei.

Falso malandro de conversa fiada encontrou um dia forte capoeira versado e cruzado nas linhas de UMBANDA SAGRADA que humildemente firmava para seu Santo na mata e , incomodado, pediu-lhe o silêncio no favor, ouvindo então que ele é que deveria silenciar-se pois, afinal, estava em frente do homem que era o “Cara”!

Sabendo de sua história, o filho de fé não interveio e na continuidade de suas preces, pediu auxílio para o incômodo.

Caboclo VentaniaPois era o que faltava! Ninguém se atrevera a desafiar o seu enunciado e pretensioso poder. Assim, abriu-se um portal e Exu Tranca Ruas travestido na figura de simples caboclo, surgiu do seu lado anunciando vender cocos e disse:

- Quer coco sinhô? Vendo coco, sinhô! – e ouviu:

- Cabra, tu é louco? Olha quanto coqueiro carregado de frutos que tem aí, e tu vens vender coco aqui? Ouça o que lhe digo pois eu sei de tudo.

-Eu sei, meu rei…. você é o Cara!

Viu neste momento o sorriso soberbo nos lábios do vanglorioso sendo reconhecido que manifestou:

- Óxente, tô vendo que tu não é louco, mas diga lá, cabrinha, o que tu queres, já que me reconheceu? Eu te concedo um pedido. Qualquer coisa, diga lá.

- Hum … não preciso de nada …

- Como não, homem? Tá aí todo rasgado, todo magro e carregando coco que ninguém vai comprear pois tem de graça por aí… diga o que quer, eu concedo, eu sou o Cara.

- Quero nada não sinhô.

- Ora, peça: Quer dinheiro? Quer mulheres? Quer posses?

- Então tá bem, já que o sinhô insiste, eu peço.

- Peça logo que tenho que mostrar pro cabra aí rezando quem sou eu!

- Tá bom. Eu quero ser o CARA!

- O quê? Impossível… só tem um Cara abaixo de Olorum e dos Orixás e acima das Trevas e este cara sou eu.

- Mas o senhor prometeu…

- Ah, mas esse pedido não pode. Tu escolhe outro.

- Mas não pode por quê?

- Porque eu sou o escolhido.

- Mas, e quando tu morrer?

- Ora, eu falo com o maioral das almas e volto.

- Puxa vida! E como o sinhô consegue essa proeza do maioral?

- Ora, eu vou alimentando-o.

- E com quê?

- Óxente, tá querendo saber demais. Com coco é que não é, ha ha ha! Mas é com a vida de idiotas como tu, ha ha ha…

- Deve ser mesmo, sinhô porque o que a gente vê dentro do sinhô é como num coco, só que no coco tem polpa e água e tu, é oco e não tem nada…

- O quê? Como tu ousa falar assim comigo? Agora é que não vai levar nada de bom e ainda vai ganhar um feitiço daqueles.

- O que vai fazer?

- Vou transformar tu num coco… quer ver?

- Quero não, mas duvido que consiga?!

Então o “Cara’ projetou uma das suas magias mais negativas, mas nada aconteceu. Fez de novo e de novo e nada! Resmungou:

- Quem és tu, homem que faz meu poder ser falho contra tu?

- Não sou ninguém, apenas um humilde vendedor de cocos.

- Humilde? O que é isso? Humildade para mim é pobreza de espírito. Eita! E eu perdendo meu tempo com tu.

- Espera aí, sinhô, faz favor, só mais uma pergunta: o sinhô tem fé?

- Mas é lógico, nojento. O que quer perguntando tudo isso?

- Em quem o sinhô acredita… para quem direciona sua Fé?

- Quer saber, idiota, vou te dizer pra depois te destruir nem que seja com a minha peixeira. Eu tenho fé em mim porque os ridículos homens que nem você me dão tudo  quando falo que tenho o poder de realizar o que querem, aí vou inventando estórias que me dão mais poder, e eu fico sendo o “Cara”.

- E o sinhô está feliz sendo o “cara”?

- Lógico, eu tenho um poder imenso sobre as pessoas que me seguem e me procuram e um dia vou ficar muito forte e dominar todo o país, talvez o mundo porque os idiotas sempre querem facilidades para seus benefícios. São medrosos e fáceis de convencer pois é só sentindo medo que acreditam.

- Puxa, realmente o sinhô tem Fé mas a usa erroneamente.

- Ora, seu safado, já perdi tempo demais com tu. Venha cá, prometo que não vai doer e por ter-me oportunado vou enfiar-lhe a faca bem rapidinho no seu coração, tá? Logo você vai estar no céu, ha ha ha;;;

- Não, por favor, eu tenho Fé que só Olorum pode tirar a vida e se alguém o fizer, vai sofrer a maior praga da Lei Maior.

- Ora…não tenho medo de praga. Eu sou o “Cara”. Praga nenhuma me pega. mas já que disse, me responda antes de morrer: qual a maior praga?

- É aquela que afunda para o pior inferno!

- E qual é?

- É a falta de humildade, a mentira que falseia a própria Fé e as dos outros.

- Como é?

- É isso, mas pensei que soubesse pois o senhor não falou que é o “Cara”?

- Sou sim e pela bobagem que falou, vai morrer bem devagarzinho.

Então, o “Cara” sacou seu afiado facão e num golpe certeiro, cortou o pescoço do probre caboclo porém, estarrecido viu que ele nada sentiu e, ao contrário, sentiu o golpe em si, e emdor e prantos a molhar sia garganta, o sangue próprio que lhe vertia já desamparando sua vida.

tranca_ruasAnte o desencarne, sua visão projetou-se no espírito. Viu a figura do Sr. Exu Tranca Ruas. Ouviu sua sentença:

- Trabalho bom que fez para as trevas, hein? Limpou muitos da sua terra para a Lei Maior, he he he… pois saiba que todas estas sombras aí do seu lado são os espíritos dos que você enganou e iludiu em nome da Fé, que semelhantes a você não se pertubaram com a necessidade de aprimorarem os conhecimentos, a razão e a emoção nas Verdades do Espírito. Porque a pior sentença, dentre as piores, é aquela que a soberba, a mistificação, a falta de humildade no saber, a inversão das verdades Divinas, as mentiras, a arrogância faz, no proceder a ilusão e o pior mundo das verdades. Afunde agora, afinal você é o “Cara”, mas eu sou o Exu, he he he!

Ao lado, o humilde guerreiro – o capoeira – encerrou suas preces, agradecendo pois naquele coco que firmara abriu-se o portal que recolheu mais um MISTIFICADOR das coisas de Deus para as Trevas.

O muito mais para baixo. O Embaixo em que todos os “Caras” tem que provar que realmente são os tais, os sabem-tudo, aqueles que pisam no sentimento dos irmãos necessitados de esclarecimentos, de amor, de perdão. Aqueles que contrariam a caridade, o amor e a Fé, escravizando irmãos e a si pelos seus vícios que invertem conhecimentos e retardam a salvação para tantos.

Mas isso aconteceu na Bahia. E nas outras praças, será que existem outros “caras”? Se Exu for visitar a sua, poderá indagar sem ofensas que o “Cara” é tu? Óxente!

Então que Nosso Senhor do Bonfim abençoe a Todos e a Todas as Praças na Graça Maior da Humildade Dele e dos Sagrados Orixás que vêm da Infinita Humildade de Olorum que nos concede TUDO e só pede o reconhecimento de que fazemos parte Dele por Amor, via humildade, respeito e gratidão.

Saravá ao Povo da Bahia!
É da Bahia, óxente!

Mensagem enviada por João Jorge
Lacerda (Lacerdinha) e Vovô Florentino de
Agodô por Douglas O. Elias
Créditos JUS – Jornal de Umbanda Sagrada

Esse texto me fez lembrar uma postagem da @AndreaDestefani em que ela escreveu uma frase magnífica que resume meu pensamento em relação ao “Cara” : “O arrogante não evolui, porque já sabe tudo.” 
E para completar me lembro da resposta que dei ao
@AnjodeAruanda quando tuitou que o primeiro degrau do Paraíso era a Gentileza. Eu respondi que o segundo, era a Humildade. Nós nunca saberemos tudo porque o único que detém tal conhecimento é Deus e mesmo porque se assim o fizéssemos não teria fundamento encarnar e evoluir. E termino essa postagem com essa frase: O cara que é o CARA não se exibe pra ninguém, nem se acha, nem se vangloria, nem pisa nas pessoas, nem esfrega isso no rosto de ninguém, pois seus feitos falam por si, o reconhecimento vem através de seu trabalho, através de seu esforço. E aquele que se acha o CARA geralmente seus feitos dão errados e no fim ele ainda terá que aplaudir aquele que se manteve humilde.

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