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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Dia que o Pastor pisou no Terreiro


Onze de março de dois mil e quinze, na cidade de Santo André, na Casa de Caridade Nossa Senhora Aparecida, presenciei algo que acredito ser totalmente não ortodoxo, mas que foi simplesmente edificante.

Irei preservar o nome do visitante para evitar o fundamentalismo e não porque o mesmo me pediu.
O pastor G, ministro da Igreja Evangelho Quadrangular, denominação evangélica, esteve em nosso terreiro com sua família para fazer a preleção antes dos trabalhos. Chegou trajado como pastor, de bíblia em punho e juntamente com sua mulher, trazendo seu hinário e um violão.

Foi perceptível que ele estava temeroso, com medo, talvez por não estar acostumado com um local como aquele e com um ritual tão diferente. Mas acredito que seu maior receio seria a receptividade do corpo mediúnico e da assistência.

Abri um sorriso e primeiramente disse que estava muito feliz por estar naquele local, com sua família e que era um momento especial para ele. Abrindo sua bíblia leu em Tiago 1:26-27:
Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.

A religião pura e imaculada para com Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. E falando sobre sua experiência de trabalhos assistenciais, da necessidade da união das diversas religiões, de como a fé é sempre ao mesmo Deus de formas diferentes, da tolerância necessária.

Todos os dizeres assim como o hino entoado foram belíssimos e ditos com propriedade que um bom orador tem. Mas nisso tudo, sabe o que mais me chamou atenção?

A coragem desse pastor G.
Ele poderia se esquivar do convite e permanecer em seu culto já familiar ou até mesmo aceitar o convite e tentar uma doutrinação, mas não: ele foi corajoso e de peito aberto aceitou os cânticos iniciais, a defumação - não participando da mesma, por motivos óbvios - e respeitando aqueles presentes.

E, citando o que o Vovô Chico, entidade da linha dos Pretos Velhos falara no dia anterior, nos atendimentos: praticamente Daniel entrando na Cova dos Leões, com o temor, mas com a fé o guiando. Não a fé em uma doutrina religiosa, mas a fé que Deus dissemina a palavra através de obras. E que há melhores obras do que a tolerância e a caridade?

Veja bem, para ele nós poderíamos ser os leões. Para nós, ele era o leão, pois com certeza muitos também estavam temendo pelas palavras que seriam ditas.

Sei que dormi sossegado com esse tipo de atitude, depois de uma semana desgastante onde senti certo temor pela condução da raça humana. O mundo precisa de mais exemplos assim. Ainda mais que ele citou os trabalhos - e nunca a religião - de pessoas como Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Martin Luther King Jr. e Francisco Cândido Xavier.

Fechando o artigo assim como foi fechada a participação do pastor G e de sua família em nosso terreiro: 

Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá…



por: Douglas Rainho
Créditos: JUS - Jornal de Umbanda Sagrada
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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

As atitudes ditarão as regras!

Eu tenho corpo fechado!
Sou filho de Ogum!
(Xangô, Oxóssi, Iansã, etc…)
Meu Exu me acompanha!
Meu Guia é mais forte!

É MUITO COMUM, na Umbanda, várias pessoas, virem com estas falas acima! Simplesmente o fato de terem firmado um Guia seu ou um Orixá acham que estão protegidos de todo mal. Será que elas se atentam às suas próprias atitudes?

O que adianta ter feito todo trabalho magístico ou religioso, mas continuar, através de suas atitudes, se aficionado cm questões negativas? Acabam our darem abertura a todo mal.

Se acham no direito de competirem com os demais, acentuam, a vaidade nos templos religiosos, competição com todos por acharem que sues Guias são mais fortes e por usarem mais elementos e vestimentas que os outros.

Será que já se atentaram para ter consciência de que os Guias tem muito mais trabalhos em seus planos do que aqui conosco? Vivem mendigando ajuda dos mestres, mas não compactuam com seus pedidos em suas atitudes diárias! Do que adianta ter suas velas firmadas, se não sabem eles mesmos se protegerem de suas aberturas para o “mal”?

Acabam deixando as portas abertas para todos penetrarem. Não serão os Orixás ou os Guias que lhe fecharão estas portas! Afinal de contas, é uma responsabilidade nossa! Seremos ajudados conforme nos colocarmos em comunhão com seus mistérios, não com sias vestes, cores ou apetrechos!

As nossas atitudes dirão quem somos, não o simples fato de sermos filho de tal Orixá, ou termos o Guia “X"que nos acompanha, farão com que em nossas vidas estejamos a salvo de todo mal! O mal só vem se dermos abertura a ele! Simples!


por: Pablo Aquino
Créditos: JUS - Jornal de Umbanda Sagrada
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