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sábado, 23 de abril de 2011

Ogum

ogum (2)Hoje, 23 de abril de 2011, dia de Ogum, jamais passaria despercebido por mim, farei algumas postagens como homenagem a esse santo guerreiro, corajoso e vitorioso. Nessas postagens colocarei lendas, pontos, arquétipos e textos.

Começarei por um texto que recebi por email da Rita, aliás um lindo texto escrito por Cássio Ribeiro.

Salve Ogum

O Velho Kiumba, pisou naquela casa como se fosse dono, junto com ele uma legião de Eguns. Na cama da humilde casa Jorginho ardia em febre, e como se percebendo a presença deles começou a gritar. A mãe desesperada não sabia mais o que fazer. Ligou então para o marido que fora trabalhar hoje a duras penas, já que não queria deixar o pequeno doente, mas não tinha opção: ou ia trabalhar ou passavam fome. Com o coração apertado ele saiu e fez uma prece sentida a São Jorge para proteger seu filho. O Kiumba olhava a criança com asco, pois não via ali um menino indefeso, mas sim um grande médium: alguém que não deveria viver, pois se assim acontecesse iria por em risco muita coisa.


O menino, portanto seria um grande médium a serviço da Lei. E nosso terrível invasor não estava disposto a correr esse risco. Preferia levar logo aquele espírito a correr riscos no futuro. Do outro lado da cidade o pai do menino como que pressentindo a situação, resolve procurar ajuda, não sabe onde nem com quem, mas não volta pra casa sem encontrar alguma forma de ajudar o filho. Não sabia porem que essa decisão não era só dele, mas também e principalmente de amigos do plano espiritual que velavam por Jorginho. Um colega de trabalho umbandista notou-lhe o semblante carregado e resolve perguntar o que esta havendo. Então entre lagrimas o pai do menino conta que seu filho esta muito doente e já não tem a quem recorrer. O amigo se compadece e confessa ser Umbandista e salienta que hoje tem gira no terreiro. Propõe ao pai do garoto que vá com ele, após o expediente. Em seguida nosso amigo liga para a esposa e fala da conversa e do convite recebido, ela embora católica, não vê mal algum em rocurarem ajuda num terreiro de umbanda. No horário combinado lá vão os dois amigos. Um pai aflito e um médium devotado adentram ao terreiro humilde quando a noite já caia sobre a cidade acompanhada de uma fina garoa. Lá dentro os médiuns cantavam pontos, e a defumação já perfumava o ambiente. O pai pesaroso via tudo com interesse e ao mesmo tempo com certo temor.

ogum bA gira estava começando. Cantaram pára Exu, abriram a gira, e agora o terreiro inteiro cantava pra Ogum. Os médiuns eram paramentados com capas vermelhas, espadas de aço, capacetes, gritos de guerra eram ouvidos no terreiro. Então o Ogum chefe da gira manda chamar o pai do menino. Ele entra cheio de esperança, quer falar de seu filho, mas não consegue, pois lagrimas teimam e cair, sua garganta se fecha.
Sente uma energia enorme a sua volta, fecha os olhos, mas estranhamente vê vários homens que fazem em torno dele um circulo. São romanos, lhe parecem soldados romanos. Suas espadas são de luz, uma intensa luz, que parece algo forte demais. Do outro lado da cidade na sua casa Jorginho geme de dor, o Kumba sorri esta prestes a terminar seu intento. Mas não nota quando guerreiro com espadas em punho adentram ao quarto, Ogum Yara, Ogum de Lei, Beira Mar, Sete Ondas, Rompe Mato, Matinata, Narue, Sete Espadas, Ogum Marinho, estão todos lá. Envolvem o menino com sua luz, esse sorri aliviado, ao mesmo tempo fecham o circulo em torno do berço do menino agora formam uma Legião como em Roma antiga, avançam para o inimigo que está estático e assustado. Mesmo assim o velho Kiumba ordena a seus comandados que ataquem, alguns fogem de pura covardia, outros tolamente enfrentam as espadas sagradas, e são dizimados. Resta agora somente ele. Resoluto avança, ainda tem esperança de furar aquele bloqueio. Inutilmente, pois as espadas agora parecem mais cortantes e ele sente quando seu corpo espiritual é atingido. Resolve fugir, pois sabe que perdera essa batalha. Todos os Oguns dão seu grito de guerra. No berço o garoto os vê e sorri feliz, de alguma maneira ele sabe que está muito bem protegido agora. Antes de irem embora todos os Guerreiros cruzam aquela casa. Doravante nada adentrara ali para perturbar a família.


No terreiro o pai do garoto sente que algo ocorreu, mas não sabe bem o que. Em terra os grandes guerreiros lhe saúdam com suas espadas. Ele sai da roda aliviado e eternamente agradecido. Descobre que OGUM é sincretizado com São Jorge, e isso lhe emociona mais ainda já que seu filho recebeu o nome como homenagem ao grande santo. O humilde pai vai pra cSO_JOR~1asa aliviado e ao chegar sente que a casa esta mais cheia de energia, a esposa esta no quarto ao lado de um Jorginho revigorado. O pai abraça o filho emocionado. Parece nesse momento escutar o grito de guerra de Ogum. Um arrepio percorre seu corpo. O filho em seu braço olha para a porta e sorri diante do cavaleiro que montado em lindo cavalo branco acena para ele.


O mundo espiritual sorri tranqüilo e em breve a Umbanda ganharia um médium devotado.

Autor: Cássio Ribeiro

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